Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), criticou duramente a decisão do Governo Federal de editar uma Medida Provisória para importar arroz em meio à tragédia dos alagamentos no estado. Em entrevista à CNN, Pereira classificou a ação como “desnecessária”, destacando que o Brasil produziu cerca de 10,25 milhões de toneladas de arroz em 2023, suficiente para atender à demanda interna. Segundo ele, 84% das lavouras do Rio Grande do Sul, que representam 70% da produção nacional, já haviam sido colhidas antes das enchentes, e as perdas nos armazéns devem ser pontuais.
Na avaliação de Pereira, a produção nacional, juntamente com as importações regulares do Mercosul, especialmente do Paraguai, seria suficiente para evitar desabastecimento. “Não prevemos nenhum tipo de desabastecimento de arroz, a não ser momentâneo, por questão de logística e impasses com a emissão de notas fiscais”, afirmou à CNN. Ele argumenta que, com a maior parte da colheita preservada e a produção de outras regiões não afetadas pelo desastre, a Medida Provisória para importação de arroz não seria necessária.
O Governo Federal defende a Medida Provisória como necessária para evitar a alta de preços e combater supostas fake news sobre a falta de arroz. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmam que a ação visa garantir a estabilidade no mercado e que a medida não afetará a produção nacional.