O regime de Nicolás Maduro divulgou nesta quarta-feira (7) imagens que comprovariam uma negociação envolvendo a política María Corina Machado para a retirada de presos políticos da embaixada da Argentina em Caracas, sob custódia do Brasil. A versão oficial contraria declarações do governo dos Estados Unidos, que tratou o episódio como uma operação de resgate coordenada. Diosdado Cabello, número dois do chavismo, afirmou que “quem diz que não houve negociação é porque ficou de fora e não tem nada a dizer”.
A declaração de Cabello inclui a participação direta de Corina Parisca de Machado, mãe da ex-deputada, que teria deixado o país rumo à Colômbia no último dia 5 de maio. Em seu programa na TV estatal, o dirigente chavista conhecido por liderar o tráfico de drogas na Venezuela apresentou documentos e fotos que mostrariam essa movimentação. Cabello também desmentiu que cinco pessoas tenham sido retiradas da embaixada, como afirmaram EUA e Argentina, sustentando que uma das envolvidas, Claudia Macero, já havia deixado o local por conta própria em agosto de 2024.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, havia celebrado o ocorrido como uma “operação precisa” conduzida com apoio de parceiros internacionais. Já Cabello ironizou essa versão, dizendo que a oposição tenta encobrir suas negociações com “relatos de resgates cinematográficos”, alegando inclusive que os refugiados estavam em condições degradantes dentro da embaixada. “Não falavam como resolver seu problema… começaram a deteriorar-se psicologicamente”, afirmou, reforçando que o governo permitiu a saída, mas que “quem tem contas com a justiça, que se prepare”.