O estado do Pará enfrenta um aumento expressivo no número de queimadas, encabeçando o ranking nacional em 2024, com 53.860 focos registrados até o início de dezembro, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse número é o maior desde 2010 e levou Santarém a declarar emergência ambiental. O deputado Rogério Barra (PL-PA) destacou que as queimadas na Amazônia quase dobraram nos dois primeiros anos do governo Lula (PT), passando de 120 km² na gestão Bolsonaro (PL) para 219 km².
Os impactos das queimadas também são sentidos na saúde pública. Santarém registrou 6.272 atendimentos por sintomas respiratórios em três meses, agravados por uma concentração de poluentes 30 vezes superior ao limite recomendado pela OMS. “Estamos expostos a essa fumaça tóxica”, afirmou o médico Luiz Rocha Miranda à CNN Brasil. Apesar disso, o Ministério do Meio Ambiente, chefiado por Marina Silva (Rede), atribuiu a crise à pior estiagem dos últimos 75 anos, causada pelas mudanças climáticas.
Enquanto o governo do Pará intensificou ações como a Operação Fênix, com reforço de 40 bombeiros e o uso de helicópteros, representantes políticos locais atribuem a responsabilidade aos partidos alinhados com o PT, que no passado criticavam a gestão de Bolsonaro pela suposta negligência no combate às queimadas. O deputado Éder Mauro (PL) acusou a esquerda de hipocrisia, afirmando em redes sociais que “acuse-os do que você faz, chame-os do que você é”. Críticos também apontam falhas na gestão federal para conter as queimadas, apesar da suposta redução do desmatamento divulgada pelo governo.