O ditador da Rússia, Vladimir Putin, sinalizou a empresários de alto escalão que estaria disposto a encerrar o conflito na Ucrânia caso Kiev aceite entregar parte de seu território. Segundo o jornal russo Kommersant, o líder afirmou que não abrirá mão da totalidade da região de Donbas, considerada estratégica para Moscou. A declaração foi feita em reunião no Kremlin na noite de 24 de dezembro, quando Putin reforçou que “Donbas é nosso” e que as concessões já apresentadas em Anchorage, no Alaska, continuam válidas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem reiterado que pretende pôr fim à guerra, considerada a mais sangrenta na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. De acordo com o Kommersant, representantes próximos a Trump, como Steve Witkoff e Jared Kushner, têm conduzido negociações com Rússia, Ucrânia e países europeus. Autoridades russas mencionaram “entendimentos” alcançados entre Putin e Trump durante a cúpula realizada em Anchorage, no Alasca, em agosto, embora os detalhes não tenham sido divulgados. Atualmente, Moscou controla toda a Crimeia, cerca de 90% de Donbas, além de porções significativas de Zaporizhzhia e Kherson.
Na mesma reunião, Putin abordou a questão da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, indicando que há discussões sobre uma gestão conjunta com os Estados Unidos. O ditador russo também mencionou o interesse americano em explorar mineração de criptomoedas nas proximidades da usina, que poderia abastecer parcialmente a Ucrânia. Em pronunciamento anterior, em 19 de dezembro, Putin havia condicionado qualquer acordo de paz à retirada ucraniana de Donbas, Zaporizhzhia e Kherson, além da renúncia oficial de Kiev à intenção de ingressar na Otan.
