Durante encontro com o chanceler do regime iraniano Abbas Araqchi nesta segunda-feira (23), o ditador russo Vladimir Putin classificou como “infundado” o recente bombardeio americano a instalações nucleares no Irã. Putin criticou a atuação de Washington, que coordenou os ataques com Israel, e afirmou que o episódio agrava a tensão global. “Estados de fora da região estão sendo envolvidos no conflito… tudo isso está levando o mundo a um caminho extremamente perigoso”, declarou o líder russo à imprensa.
As declarações do Kremlin, no entanto, contrastam com a brutal campanha militar conduzida pela Rússia na Ucrânia desde 2022. Segundo estimativas da OTAN e análises da Radio Liberty, o número de vítimas militares e civis na guerra já ultrapassa um milhão de pessoas, com uma média de mil mortos ou feridos graves por dia. A ofensiva russa, marcada por uso intensivo de artilharia e destruição sistemática de cidades, transformou o leste europeu em um dos maiores palcos de devastação desde a Segunda Guerra Mundial.
Relatórios de organizações como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos apontam mais de 12 mil civis ucranianos mortos, atingidos principalmente em áreas residenciais. Apesar disso, o regime russo evita divulgar dados oficiais e mantém sua estratégia bélica ativa: só em 2024, Moscou perdeu quase 12 mil veículos blindados e decidiu acelerar a produção do míssil hipersônico Oreshnik, já testado na Ucrânia. Ainda assim, Putin insiste em oferecer à comunidade internacional a imagem de mediador na mais recente guerra do Oriente Médio.