A Rússia ameaça retaliar militarmente a decisão dos Estados Unidos de estacionar mísseis de longo alcance na Alemanha, conforme anunciado pela mídia estatal russa. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou que a medida compromete a segurança russa. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, destacou a seriedade da ameaça representada pela aliança militar ocidental, declarando que tomarão medidas ponderadas, coordenadas e eficazes para conter a OTAN.
O anúncio conjunto dos EUA e da Alemanha, feito durante a cúpula da OTAN, informou que novos mísseis de cruzeiro Tomahawk e mísseis hipersônicos dos EUA serão instalados na Alemanha a partir de 2026. Esses mísseis, capazes de atingir alvos a mais de 2.000 quilômetros, são vistos como uma contribuição dos EUA para a dissuasão europeia integrada. O Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou que essa decisão preenche uma séria lacuna de capacidade na Europa e defendeu investimentos alemães em armamentos semelhantes.
A instalação dos mísseis norte-americanos na Alemanha pode significar um possível escalonamento do conflito na Ucrânia, envolvendo diretamente a OTAN. A Alemanha, membro da OTAN desde 1955, reforça seu compromisso com a aliança em meio a crescentes tensões. O chanceler Olaf Scholz ainda não se pronunciou, mas a resposta militar russa permanece incerta, especialmente com o fim do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário em 2019, o que pode intensificar ainda mais a instabilidade na região.