A Prefeitura de São Paulo anunciou uma projeção de redução de 14% nos gastos diretos com investimentos para 2026, o que pode significar um alívio para o contribuinte. De acordo com a proposta enviada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) à Câmara Municipal, o valor destinado a obras e políticas públicas será de R$ 13,3 bilhões, inferior aos R$ 15,4 bilhões previstos para 2025. Apesar da diminuição, Nunes afirmou ao UOL que “não diria que é uma queda”, pois os investimentos atuais ainda são superiores aos de gestões anteriores.
A previsão de corte consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e foi justificada pelo cenário macroeconômico desfavorável e pelas incertezas globais. A proposta também prevê R$ 1,7 bilhão em investimentos privados por meio de concessões e parcerias público-privadas. A Prefeitura ainda estima um novo recorde para a receita municipal em 2026, alcançando R$ 128,8 bilhões, um crescimento modesto de 2,5% em relação a 2025, insuficiente para acompanhar a inflação projetada.
Enquanto isso, a expansão da rede de saúde coloca pressão sobre o orçamento. A gestão municipal inaugurou 19 novas unidades de saúde em 2024 e promete abrir outras 19 até o fim do ano, o que exigirá novos aportes. O secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Zamarco, reconheceu a necessidade de suplementação: “Por isso que eu brinco que o secretário da Fazenda foge de mim desde o começo do ano“, disse em entrevista à Folha. Segundo a Prefeitura, o orçamento inicial para 2025 na Saúde será 22% maior que o de 2024, mas admite possíveis ajustes durante a execução.