Oito metralhadoras, roubadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, foram recuperadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quinta (19). O arsenal incluía quatro metralhadoras .50 e quatro calibres 7,62 mm, mas 13 armas ainda estão desaparecidas.
Segundo o secretário estadual de Polícia Civil do Rio, delegado Marcus Amim, as oito metralhadoras foram transportadas de São Paulo para o Rio com o objetivo de serem vendidas ao Comando Vermelho, a maior facção criminosa do Rio de Janeiro. As armas passaram pelo complexo da Penha, na zona norte da cidade, antes de chegar à Rocinha, na zona sul, e finalmente serem localizadas na Gardênia Azul, zona oeste.
A Polícia Civil identificou os traficantes que compraram as armas a mando do Comando Vermelho, que está em conflito com milicianos na zona oeste do Rio. No entanto, esses indivíduos ainda estão foragidos. A polícia já tinha informações sobre o paradeiro das armas desde sua passagem pela Rocinha, optando por esperar o momento estratégico para evitar confrontos.
O caso desencadeou uma investigação abrangente, com dezenas de militares sob suspeita de falhas administrativas relacionadas ao roubo, incluindo a participação de um cabo. Além disso, quatro civis também estão sob investigação. Um Inquérito Policial Militar foi aberto e mantido em sigilo.
O diretor do Arsenal de Guerra de Barueri, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa, será exonerado por decisão do comandante do Exército, general Tomás Paiva. O general Maurício Gama esclareceu que as metralhadoras furtadas estavam danificadas e inutilizáveis para o Exército. A principal linha de investigação aponta para o desvio das armas por militares do Arsenal de Guerra de São Paulo.
No total, 160 militares permanecem aquartelados em Barueri, com aqueles envolvidos enfrentando consequências graves. A comunidade da Gardênia Azul, historicamente controlada por milicianos, recentemente estabeleceu uma aliança com o Comando Vermelho, destacando a preocupação com a disseminação de armamento pesado entre organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que demonstram interesse em armas de alto poder de fogo.