Falhas reportadas por pilotos à Voepass, meses antes do acidente fatal em Vinhedo (SP) em 9 de agosto, foram ignoradas pela empresa, segundo informações de funcionários da companhia aérea. O piloto Luis Claudio de Almeida alertou, em audiência pública na Anac, que a pressão para que tripulantes ultrapassassem suas jornadas de trabalho criava um ambiente propício a desastres. “Não quero que vocês tenham um item na cabeça de vocês, crime… ouvindo mayday, mayday”, afirmou Almeida, antecipando a possibilidade de um acidente fatal devido às condições operacionais precárias.
Além de Almeida, o piloto Danilo Romano, que estava à frente da aeronave que caiu, também havia formalizado um relatório alertando para sérios problemas de manutenção, incluindo um incidente com fogo no motor em um voo anterior. A gravidade da situação foi corroborada por e-mails de uma comissária da empresa, que detalhou problemas como falha nos freios, bolhas nos pneus e vazamentos em portas, todos ignorados pela administração da Voepass, segundo informado pelo site de LeoDias.
Baseados nos fatos relatados pelos funcionários, eles acreditavam na iminência de um acidente fatal, que parece ter sido ignorado tanto pela empresa quanto pelas autoridades, o que poderia ter evitado a tragédia. Em meio às investigações, a Latam, que comercializa voos da Voepass, isentou-se de qualquer responsabilidade, afirmando que a segurança das operações cabe exclusivamente à Voepass. A Anac, por sua vez, não se pronunciou sobre os avisos prévios feitos pelos pilotos.