A Polícia Federal do Brasil solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para obtenção de registros financeiros e fiscais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Essa medida faz parte de uma investigação em curso sobre indícios de venda ilegal de presentes de alto valor entregues ao governo de Jair Bolsonaro. A operação, respaldada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, ocorreu na sexta-feira passada, durante a qual foram apreendidos diversos materiais nas residências de vários envolvidos.
Os investigadores estão analisando o material apreendido em busca de evidências que corroborem as alegações de que diversos indivíduos, incluindo o pai do ex-auxiliar de ordens de Bolsonaro, poderiam ter negociado e vendido joias e presentes de alto valor que foram recebidos pelo presidente em viagens oficiais. Dois conjuntos de joias teriam sido vendidos e posteriormente recomprados quando o Tribunal de Contas da União ordenou sua restituição. A PF espera determinar o fluxo de dinheiro relacionado a essas transações e rastrear sua origem.
Os investigadores também conseguiram acessar um recibo que revela que, no final de março, Mauro Cid retirou US$35.000 de uma conta em Miami, no mesmo dia em que, segundo a PF, ele recomprava parte dos presentes para entregá-los ao Tribunal de Contas. Suspeita-se que os recursos obtidos com as vendas eram enviados em dinheiro para Jair Bolsonaro, evitando assim os mecanismos de controle e o sistema financeiro formal. A investigação em curso se concentrará em analisar o material coletado para determinar os próximos passos e esclarecer o possível esquema ilegal de venda de presentes de alto valor ao governo.