O governo Lula avalia que os Estados Unidos podem repetir em 2026 a estratégia de influência já aplicada em outros países da América Latina. Segundo informações da Folha de S. Paulo, há receio de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilize medidas semelhantes às adotadas nas eleições da Argentina e de Honduras, onde condicionou apoio financeiro e manifestou preferência por candidatos alinhados à direita. A percepção dentro do Governo Federal é de que, apesar da aparente aproximação entre Lula e Trump, o cenário eleitoral brasileiro pode ser alvo de ações externas.
Um alto funcionário do governo Lula afirmou que a retirada de tarifas sobre produtos brasileiros e a suspensão de sanções da Lei Magnitsky podem ter sido apenas um recuo tático de Trump, após a tentativa frustrada de impedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O temor é que o líder norte-americano repita no Brasil o modelo aplicado na Argentina, quando vinculou um pacote de ajuda de US$ 20 bilhões ao desempenho do partido de Javier Milei, e em Honduras, onde apoiou abertamente Nasry “Tito” Asfura contra a candidata governista Rixi Moncada. Para o Governo Federal, essas movimentações indicam que o Brasil pode estar na rota de novas pressões externas.
O assunto sobre interferência internacional relembrou as denúncias feitas por Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, que apontou a atuação de agências como CIA, Pentágono e USAID nas eleições brasileiras de 2022 com o intuito de tirar os conservadores da presidência. Em depoimento à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), Benz apresentou documentos que indicariam repasses milionários para ONGs e agências de checagem, com o objetivo de controlar a informação.











