O desempenho dos candidatos do PL nas eleições municipais superou as expectativas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), consolidando ainda mais sua liderança no cenário político nacional. Bolsonaro, que havia projetado que seus aliados chegariam ao segundo turno em quatro capitais, viu esse número ser superado, com seis candidatos confirmados nas disputas. Além disso, João Henrique Caldas (Maceió) e Tião Bocalom (Rio Branco) venceram no primeiro turno, o que reforça a influência do ex-presidente, especialmente no Nordeste, reduto historicamente desfavorável à direita.
Apesar dos êxitos, o cenário não foi completamente positivo para Bolsonaro. O candidato Alexandre Ramagem (PL), no Rio de Janeiro, foi derrotado por Eduardo Paes (PSD), apesar dos esforços de Bolsonaro na reta final da campanha. Em contrapartida, em Goiânia, a atuação do ex-presidente foi crucial para alavancar Fred Rodrigues do quinto lugar à liderança da corrida, confirmando a força de sua imagem em disputas locais. Bolsonaro também planeja uma estratégia agressiva de apoio no segundo turno, junto a Michelle Bolsonaro e Nikolas Ferreira, em várias capitais onde o PL enfrenta o PT.
A disputa mais polarizada deve ocorrer em São Paulo, onde Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, enfrentará Guilherme Boulos (PSOL), apoiado por Lula. Bolsonaro já sinalizou que pretende se envolver de forma mais ativa nessa campanha, após um primeiro turno mais discreto. Nos bastidores, o ex-presidente articula uma ofensiva nacional para garantir o maior número de vitórias possíveis, inclusive em cidades onde há embates com candidatos conservadores, como Curitiba, e em outros estados onde seu capital político está em jogo.