Um relatório recente sobre o Índice de Percepção de Corrupção (IPC) trouxe à tona a persistente mancha de corrompimento na América Latina, com a maioria dos países da região entre os piores avaliados globalmente.
Publicado pela renomada organização Transparência Internacional, o IPC é um índice emitido anualmente que avalia a percepção de corrupção no setor público de 180 países. Utiliza uma escala de 0 a 100, onde ‘0’ indica alta corrupção e ‘100’ transparência absoluta, obtendo dados por meio de pesquisas com especialistas e empresários.
Segundo o relatório publicado em 30 de janeiro de 2023, a maioria dos países latino-americanos obteve pontuações preocupantemente baixas no IPC.
Na América do Sul, com exceção do Uruguai, que obteve 73 pontos, e do Chile, com 66, todos os outros países receberam pontuações abaixo de 50. Colômbia, Guiana e Suriname compartilharam uma pontuação de 40, enquanto Argentina obteve 37, Brasil 36, Equador 34 e Peru 33. As pontuações mais baixas foram registradas na Bolívia, com 29, Paraguai com 28 e Venezuela com alarmantes 11 pontos.
Na América Central, Costa Rica lidera com 55 pontos, seguida por Panamá e México com 35, El Salvador com 35 e Guatemala com 23. Nicarágua, por outro lado, obteve a pior classificação com apenas 17 pontos.
No Caribe, as pontuações melhoram: Barbados lidera com 69 pontos, seguido por Bahamas (64), São Vicente e Granadinas (60), Dominica (56), Santa Lúcia (55), Granada (53), Jamaica (43), Cuba e Trinidad e Tobago (42), enquanto a República Dominicana obteve 35. No entanto, Haiti recebeu uma das pontuações mais baixas, com 17.
Globalmente, a Dinamarca lidera com 90 pontos, seguida pela Finlândia com 87 e Nova Zelândia com 85.
O relatório destaca uma preocupante tendência global de enfraquecimento dos sistemas judiciais, o que permite a proliferação da corrupção. Tanto líderes autoritários quanto democráticos estão minando a justiça, aumentando a impunidade e incentivando a corrupção.
François Valérian, presidente da Transparência Internacional, expressou sua preocupação e instou os líderes mundiais a investirem ativamente na independência das instituições que combatem a corrupção, afirmando que é hora de acabar com a impunidade.