A oposição venezuelana, que novamente participou de eleições organizadas pelo regime de Nicolás Maduro, rejeitou o resultado oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). No entanto, o principal candidato opositor, Edmundo González Urrutia, afirmou que não está convocando os cidadãos às ruas para protestar. María Corina Machado, chefe de campanha de González, contestou os resultados divulgados pelo CNE, que declarou a reeleição de Nicolás Maduro com 51,2% dos votos. Segundo Machado, González Urrutia teria obtido 70% dos votos, enquanto Maduro ficaria com apenas 30%. “Ganhamos e todos sabem disso”, afirmou Machado, destacando a discrepância entre os números divulgados pela oposição e os resultados oficiais, sem anunciar um plano para fazer valer a vontade do povo.
Apesar da discordância com o resultado, a oposição adotou uma postura de não incitar manifestações nas ruas, buscando evitar a violência. “Violência é ultrajar a verdade”, disse Machado, reafirmando que não tomarão ações de força contra o regime. Edmundo González Urrutia também confirmou que “ninguém está fazendo chamados à rua nem à violência”, enfatizando a intenção de resolver a situação por meio de canais legais dispostos pelas instituições do regime. Ambos os posicionamentos podem ser comparados com a conduta adotada pelo ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, apoiado por Machado em 2013, quando Maduro se declarou vencedor na sua primeira eleição, após a morte do ditador Hugo Chávez. Naquela ocasião, Capriles, ao invés de contestar a vitória, pediu aos cidadãos que retornassem para casa e fizessem um panelaço.
Além de contestar o resultado, a oposição apelou à Força Armada Nacional para que respeite a soberania popular. No entanto, o Ministro da Defesa, em uma coletiva de imprensa na noite da eleição, deixou claro que as forças militares reconheceriam o resultado oficial do CNE, descartando qualquer possibilidade de Maduro entregar o poder.