Rubens Oliveira Costa, apontado como operador financeiro do esquema bilionário de fraudes contra aposentados, foi preso na segunda-feira (22) durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A ordem de prisão foi decretada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, após o empresário se recusar a responder perguntas e ser acusado de falso testemunho. Costa foi liberado após pagamento de fiança, mas o pedido de prisão preventiva será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante o depoimento, parlamentares apresentaram documentos que ligam Costa a empresas de fachada e movimentações suspeitas em benefício de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) destacou que o empresário repassou R$ 100 mil ao filho de um diretor de benefícios e participou de transações que somam mais de R$ 49 milhões em debêntures. Costa alegou desconhecimento dos mecanismos financeiros e afirmou que apenas cumpria ordens administrativas.
As investigações revelam que o esquema envolvia pagamentos milionários a empresas ligadas a servidores do INSS, como a Prospect, que recebeu R$ 150 milhões entre 2022 e 2024. Costa admitiu ter atuado como administrador financeiro em quatro empresas, mas negou vínculo societário e participação em propinas. A CPMI ouvirá o “Careca do INSS” na próxima quinta-feira (24), em sessão que pode trazer novos desdobramentos sobre o maior escândalo de desvios contra aposentados já apurado no âmbito do INSS.