A Organização Internacional para as Migrações (OIM), vinculada à ONU, retomou nesta segunda-feira (3) os atendimentos aos migrantes venezuelanos em Boa Vista, após uma semana de suspensão dos serviços. A paralisação ocorreu depois que o governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, interrompeu temporariamente o financiamento de programas humanitários internacionais. A OIM informou ao governo brasileiro que conseguiu captar novos recursos para seguir apoiando a Operação Acolhida, iniciativa federal voltada para o fluxo migratório na fronteira com a Venezuela.
A volta das atividades ocorre no Posto de Triagem (PTrig) e no Posto de Recepção e Apoio (PRA), onde são oferecidos serviços de orientação para pessoas vulneráveis, assistência na emissão de documentos e encaminhamento para redes de apoio social e trabalhista. “Temos a satisfação de informá-los que a Organização Internacional para as Migrações (OIM) conseguiu, durante esta semana, mobilizar novos recursos para garantir nosso apoio nos três eixos da Operação Acolhida”, afirmou a entidade em comunicado oficial, porém o Governo Federal ainda não esclareceu se os novos financiadores serão suficientes para manter a iniciativa a longo prazo.
Paralelamente, o governo Trump anunciou uma auditoria sobre o destino dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que financiou projetos relacionados à crise humanitária venezuelana. A investigação se dá após denúncias de que verbas enviadas para atender refugiados foram parar nas mãos de políticos de partidos de oposição a Nicolás Maduro, sem resultados concretos para a população necessitada. Além disso, Elon Musk, responsável pelo programa de corte de gastos do governo Trump, declarou que pretende encerrar as atividades da USAID, medida que já afeta funcionários da agência, impedidos de acessar suas instalações desde segunda-feira (3).