Israel encontra-se em estado de guerra após um mega-ataque lançado pelo grupo militante palestino Hamas, desencadeando uma das escaladas mais intensas no conflito palestino-israelense em décadas.
O ataque ocorreu quando dezenas de combatentes armados do Hamas conseguiram se infiltrar no território israelense através da fronteira sul, desencadeando uma série de ataques em várias aldeias. As Forças de Defesa de Israel responderam prontamente e confirmaram em um comunicado que estão envolvidas em combates em pelo menos 22 locais diferentes.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou aos cidadãos israelenses que “não é uma escalada, é uma guerra”, em mensagem oficial.
Relatos locais indicam que, até o momento, pelo menos 150 israelenses perderam a vida nesses ataques, com cerca de 1.000 pessoas feridas, e teme-se que o número de vítimas continue a aumentar.
Em resposta enérgica, Israel lançou ataques em grande escala contra alvos na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o inimigo “pagará um preço que nunca conheceu” e enfatizou que estão em guerra e a vencerão. “Nosso primeiro objetivo”, disse Netanyahu, “é eliminar forcas hostis que se infiltraram em nosso território e restaurar a segurança e tranquilidade nas comunidades que foram atacadas”.
Em outra mensagem, Netanyahu disse que “todos os lugares onde opera Hamas serão reduzidos a escombros”. Acrescentou, além disso, um aviso aos cidadãos de Gaza: “saiam dali agora, porque agiremos em todas partes e com todas as forças”.
Por sua vez, funcionários de saúde palestinos relatam pelo menos 200 vítimas fatais em Gaza como resultado dos ataques israelenses.
Este ataque audacioso do Hamas desconcertou observadores e especialistas, já que, apesar de sua história de ataques contra Israel, nunca antes haviam tentado algo dessa magnitude. Trata-se de um ataque sofisticado e brutal que incluiu o lançamento de centenas de mísseis antes que os militantes conseguissem ingressar no território israelense.
Além dos ataques terrestres, o Hamas também empreendeu operações marítimas. O Exército israelense informou que suas forças navais abateram dezenas de militantes palestinos que tentavam ingressar em Israel pelo mar.
Apesar de a fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza estar fortemente fortificada, com uma cerca coberta de arame farpado projetada para prevenir infiltrações, os militantes do Hamas conseguiram contornar essas defesas usando escavadeiras para abrir brechas na cerca e ingressar no território israelense por mar e de paraquedas.
A infiltração dos militantes palestinos permitiu ao grupo não apenas causar baixas em Israel, mas também fazer reféns. Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel confirmou que “soldados e civis” foram feitos reféns pelos militantes, embora o número exato não tenha sido fornecido. O Hamas afirma ter em seu poder 53 “prisioneiros de guerra”.
Esse incidente deixou os analistas perplexos, considerando-o um fracasso colossal na segurança de Israel, o pior em décadas. Apesar de contar com uma rede de inteligência extensa e sofisticada na região, a capacidade do Hamas de surpreender Israel após a festividade do Sucot, importante para o povo judeu, gerou perguntas sem resposta.
A retórica dos líderes israelenses e palestinos reflete a gravidade da situação. Netanyahu declarou que o país está em guerra e que não se trata de uma simples operação ou escalada, enquanto o presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou que seu povo tem o direito de se defender do “terror dos colonos e das tropas de ocupação”.
O comandante militar do Hamas, Mohammad Deif, anunciou o início da operação em um comunicado no qual instou os palestinos de todo o mundo a se unirem à luta para pôr fim à ocupação da Terra.
Em resposta à situação, o ministro israelense da Defesa Yoav Gallant autorizou a convocação de reservistas, o que sugere que os próximos dias e semanas serão extremamente desafiadores para os habitantes de ambos os territórios. Gallant deixou uma mensagem clara ao povo israelense e ao Hamas: “há quinze anos, como Chefe do Comando do Sul, quase ‘quebrei o pescoço’ ao Hamas. O governo me deteve. Isso não será mais assim. Mudaremos a realidade no território de Gaza durante os próximos cincuenta anos”.
Sobre o conflito, o governo Lula publicou um comunicado condenando os ataques que provocaram a morte de cidadãos israelenses. Todavia, o governo se recusou a chamar pelo nome aos autores da incursão, o Hamas, diferente dos governos europeus que os identificaram como tais em seus respetivos comunicados.
Em Gaza, a população começou a comprar suprimentos em previsão de dias de conflito, enquanto alguns evacuaram suas casas em busca de refúgio. A comunidade internacional acompanha com preocupação esse conflito que parece afastar ainda mais a possibilidade de um acordo de paz.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem uma reunião agendada para domingo para analisar os acontecimentos das últimas horas e buscar formas de resolver esta crescente crise.