Integrantes do MST protagonizaram mais uma ocupação nesta segunda-feira (31) na Embrapa, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O movimento social, conhecido por suas ocupações, reivindica a apropriação de terras improdutivas para criar assentamentos coletivos para trabalhadores rurais.
De acordo com dados apresentados no relatório do Observatório da Oposição, produzido pelo Partido Liberal (PL) com base em informações da Frente Parlamentar de Agricultura (FPA), o Brasil testemunhou 56 ocupações em apenas quatro meses do governo Lula. Essa cifra representa um aumento assombroso de 143% em comparação com o ano de 2022.
A área ocupada pelo MST, chamada de “Embrapa Semente Básica”, é de extrema importância, pois é utilizada para pesquisas sobre espécies forrageiras e nativas da caatinga. Além disso, o espaço é destinado para sediar o evento “Semiárido Show”, que deve reunir cerca de 20 mil pessoas, incluindo pesquisadores e estudantes.
Reginaldo Martins, um dos líderes do MST, afirma que a nova ocupação foi desencadeada pelo descumprimento de um acordo pactuado entre o movimento e o governo em abril deste ano. Apesar do cadastramento das famílias ter sido realizado, outros pontos cruciais, como a aquisição de cinco propriedades e a criação do Incra de Petrolina, não avançaram, gerando frustração e reações por parte dos manifestantes.
Com suas raízes fincadas no comunismo, o MST fundamenta suas ações na busca pela propriedade coletiva dos meios de produção e pela abolição da propriedade privada, o que os motiva a exercer atividades que vulneram os direitos econômicos garantidos pela lei brasileira.
Durante a tarde, os manifestantes decidiram desocupar a área de maneira pacífica, em virtude de uma reunião agendada com o Governo Federal, prevista para ocorrer nesta terça-feira (1º) em Santa Maria da Boa Vista. Apesar disso, o MST reitera sua luta pela reforma agrária e pela chamada justiça social no campo, enquanto pressiona o governo Lula por um maior alinhamento nas pautas ideológicas que lhes são comuns.