Um grande jornalista em todos os sentidos. Assim podemos definir a carreira de José Nello Marques. O profissional que empunhava o microfone como poucos morreu nesta quinta-feira (25), aos 69 anos. A causa da morte não foi informada pela família, que divulgou o comunicado nas redes sociais dele: “É com profundo pesar que a família do jornalista José Nello Marques informa seu falecimento na data de hoje! Gratidão a todos os colegas de profissão e amigos nesta vida!”.
O comunicador nasceu em Garça, no interior paulista, onde começou a carreira em uma rádio local. Tinha apenas 16 anos e não demorou para se destacar. Dono de uma voz forte e marcante, logo foi descoberto pelo Grupo Jovem Pan, onde atuou em inúmeras editorias, de economia a política, passando por cotidiano e polícia. Radialista de mão cheia, percorreu outras grandes rádios como Capital, Globo, CBN, Gazeta e Bandeirantes – nesta última, comandou programas por mais de uma década.
Zé Nello era um palmeirense apaixonado e nunca escondeu o time do coração. Basta dar uma olhada no Instagram dele para conferir as fotos e os vídeos no Allianz Parque. O amor pelo esporte o tornou ainda mais conhecido. Cobriu três Copas do Mundo. Em cada uma delas, manteve dois traços marcantes: opinião forte somada a apuração precisa dos fatos.
Foram mais de 50 anos dedicados a informação. Zé tinha o texto impecável e certa vez se aventurou em outro campo, o da literatura. O livro Perguntar Ofende, lançado em 2003, é uma reflexão bem-humorada e crítica sobre as inúmeras gafes cometidas por repórteres diante de seus entrevistados, seja qual for a situação.
Tamanha versatilidade não passou despercebida nas telinhas. O jornalista-radialista teve participações importantes na TV, em emissoras como Record, Tupi, Manchete e Band. Na emissora da família Saad, ele ancorou o SP Acontece – um telejornal voltado para o dia a dia da população na metrópole. Aqui, um bordão criado por ele ao final das principais manchetes: “Ah São Paulo, terra dos contrastes”.
Quis o destino que José Nello Marques partisse no dia do aniversário de 470 anos da maior cidade do país.
O jornalismo perde um ícone.
Vá em paz, Zé.