O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União), pediu demissão do cargo nesta terça-feira (8) após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção, segundo informações divulgadas pela imprensa. A denúncia foi encaminhada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e se refere a supostas irregularidades cometidas por Juscelino enquanto era deputado federal. A defesa do ex-ministro alega que “o oferecimento de uma denúncia não implica em culpa”, reafirmando sua inocência e a confiança na rejeição da acusação pelo STF.
Segundo investigações da Polícia Federal, Juscelino teria articulado o envio de R$ 5 milhões em emendas parlamentares para beneficiar a cidade maranhense de Vitorino Freire, administrada por sua irmã, com obras de asfaltamento voltadas a áreas ligadas à sua família. O caso também envolve suspeitas de fraude em licitações. A PGR decidiu formalizar a denúncia meses após o indiciamento feito pela PF, em 2024, sob acusações de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
A saída do ministro foi negociada entre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o presidente do União Brasil, Antônio Rueda. O nome mais cotado para assumir a pasta é o deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA), o que manteria o controle do ministério nas mãos do partido. Em nota, Rueda defendeu Juscelino e criticou “pré-julgamentos”, destacando a confiança da sigla no agora ex-ministro.
