O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), admitiu publicamente o conflito existente entre ele e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT), decorrente dos diferentes papéis que ocupam. Silveira ressaltou que as divergências são institucionais e não pessoais, afirmando em entrevista à Folha de São Paulo: “Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, defende como presidente de uma empresa”.
Uma das principais discordâncias entre Silveira e Prates surgiu na destinação dos dividendos extraordinários da Petrobras aos acionistas. Enquanto Prates propunha distribuir 50% desses recursos, Silveira e o conselho divergiam, defendendo que deveriam ser investidos, especialmente em energia limpa. O ministro esclareceu: “Houve uma discussão natural sobre a melhor destinação dos dividendos extraordinários. Sempre lembrando que nós definimos e publicizamos que a Petrobras distribuiria, como fez, 45% de dividendos ordinários. 20% a mais do que determina o piso da Lei das Estatais.”
Em entrevista recente à GloboNews, Silveira também criticou os “lucros exorbitantes” da Petrobras, apontando para uma perspectiva divergente do presidente Prates. Apesar das críticas ao mercado financeiro, Silveira negou qualquer tentativa de interferência do governo de Lula (PT) na gestão da estatal, enfatizando a necessidade do cumprimento dos papéis e diretrizes estabelecidas pelo governo para a empresa.