A nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo (PT), afirmou que os casos de assédio sexual, como os que levaram à demissão de seu antecessor, Silvio Almeida, devem ser tratados com sigilo para preservar as vítimas e garantir o direito de defesa aos acusados. Macaé defendeu que é necessário ter processos institucionais mais fortes para lidar com essas situações, mas destacou que um episódio isolado não pode comprometer toda a agenda do ministério. “Minha tarefa aqui é olhar para frente”, disse em entrevista ao Poder360.
A ministra foi questionada sobre a conduta do governo Lula em relação ao caso de Almeida, especialmente devido à demora para agir após as primeiras denúncias. Ela evitou comentar diretamente a atuação do governo e afirmou que não conversou sobre o episódio com outros membros do Executivo. Macaé ressaltou a importância de aprender com o ocorrido e trabalhar para evitar novos casos no futuro. As acusações contra Almeida foram confirmadas pela organização Me Too Brasil, com relatos de assédio envolvendo inclusive a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Silvio Almeida foi exonerado do cargo em 6 de setembro, após Lula considerar as acusações “graves” e sua permanência “insustentável”. Desde então, novos relatos de assédio moral surgiram, ligados a uma suposta “cultura de assédio” no ministério. De acordo com um relatório da Corregedoria do Ministério dos Direitos Humanos, 24 demandas sobre condutas inadequadas foram analisadas em 2023, com 10 delas concluídas.