Nem bem começou, e o terceiro mandato de Lula já se mostrou desalinhado com o Congresso. A saída encontrada pelo petista foi cortar na própria carne – mas não a dele e sim a do vice-presidente Geraldo Alckmin. A nova estrutura da Esplanada acomodou o Centrão encolhendo o espaço do PSB.
Foram quase três meses de negociação. O Ministério dos Portos e Aeroportos passou por mudanças. O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) foi destituído para dar lugar a Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). A ex-jogadora de vôlei da Seleção Brasileira, Ana Moser, foi demitida do Ministério dos Esportes. Quem assumiu foi André Fufuca (PP-MA), líder da bancada do PP na Câmara. Na nova geografia dos ministérios, o PT ficou com dez pastas, União Brasil, MDB, PSD, PSB – todos com três. Nenhum outro partido assumiu mais do que uma. É bem provável que Márcio França seja realocado no Ministério do Empreendedorismo, Cooperativismo e Economia Criativa, que mal foi criado.
Ainda no segundo semestre de vida, o Governo Federal caminha a passos largos rumo a um embate que não terminou bem em um passado recente do PT: Escantear o vice-presidente. Fontes garantem que Alckmin reclamou ao ver o próprio partido encolher na base. A criação de um novo ministério, ainda que rápida, deixou uma ferida ainda não cicatrizada entre Lula e o ex-tucano.
A minireforma, por motivos óbvios, irritou ainda mais os próprios petistas. O que deve vir pela frente pode tornar o contorno político desse governo semelhante ao monstro de Victor Frankenstein.