Milhares de pessoas se reuniram em Madrid para expressar sua oposição à lei de anistia para os separatistas catalães (que buscam dividir a Catalunha da Espanha) proposta pelo Parlamento espanhol, em uma manifestação convocada pelo Partido Popular (PP), a principal força de oposição na Espanha.
Segundo fontes oficiais, cerca de 45.000 pessoas participaram do protesto, enquanto os organizadores estimaram a participação em cerca de 70.000 presentes. Carregando bandeiras espanholas e da União Europeia, os manifestantes se expressaram com cartazes que traziam mensagens como “Frente a um Governo fraco, uma Espanha forte” e “Não há democracia sem o império da lei”, ao mesmo tempo em que entoavam slogans contra a anistia.
O Congresso dos Deputados está programado para votar na próxima terça-feira a proposição de lei de anistia apresentada pelo partido socialista PSOE, que governa em coalizão. Esta proposta busca a “normalização institucional, política e social na Catalunha”, mas tem enfrentado forte oposição do PP e de outros setores da sociedade espanhola.
Durante a manifestação, o presidente do PP, Alberto Núñez Feijóo, alertou o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e seus parceiros sobre as possíveis consequências dessa medida, chamando-a de “tempestade de indignidade”.
Os social-democratas consideram que a anistia, que beneficiaria os processados por atos relacionados ao processo separatista na Catalunha desde 2012, é uma concessão do Executivo aos separatistas para se manterem no poder. Além disso, criticam que essa medida possa contar com o apoio de partidos como o Junts, liderado pelo ex-presidente catalão Carles Puigdemont, que está foragido da Justiça espanhola desde a declaração unilateral de independência da Catalunha em 2017.
A presença na manifestação de figuras proeminentes como os ex-presidentes do Governo espanhol Mariano Rajoy e José María Aznar, bem como líderes regionais e prefeitos do PP, mostra que existe no partido e nas elites políticas uma ampla rejeição a esta proposta.