Neste domingo (13), as eleições primárias argentinas testemunharam um resultado diferente do previsto pelas principais empresas de pesquisa, com o economista Javier Milei emergindo como o candidato mais votado, obtendo 30,2% dos votos, de acordo com os dados preliminares, o que abalou as expectativas do cenário político. Milei, conhecido por suas posições econômicas liberais, capitalizou o voto de protesto, deixando para trás outras figuras políticas consagradas.
No início de agosto, o candidato presidencial divulgou detalhes do seu plano de governo nas redes sociais, delineando suas propostas para a economia argentina. O plano inclui uma redução significativa dos gastos públicos, a eliminação de impostos nacionais e reformas na legislação trabalhista e nas regras cambiais.
Milei propõe uma reestruturação da administração pública, com a redução do número de ministérios para oito, incluindo Economia, Justiça, Interior, Segurança, Defesa, Infraestrutura, Relações Exteriores e a criação de um Ministério de Capital Humano, que agruparia as pastas de Desenvolvimento Social, Educação e Saúde.
A reforma também visa à eliminação de posições de liderança, secretarias e diretorias dentro desses ministérios, bem como a demissão de funcionários não pertencentes ao quadro permanente. Aqueles que possuem essa qualificação serão realocados para áreas onde sua expertise seja necessária.
Além disso, Milei anunciou a intenção de privatizar todas as empresas públicas, incluindo Télam, tv pública, INCAA e INADI, independentemente de sua rentabilidade no momento da posse.
As principais propostas do candidato incluem:
1. Uma drástica redução dos gastos públicos, com um impacto equivalente a 15% do PIB.
2. Uma redução de 90% nos impostos, representando cerca de 2% do produto interno bruto.
3. Uma modernização do mercado de trabalho, com a implementação de um sistema de seguro-desemprego.
4. Uma abertura unilateral do comércio.
5. A eliminação do Banco Central e a adoção de um sistema de livre competição de moedas para promover a dolarização da economia.
6. A redução dos subsídios para empresas.
7. Promoção de um ambiente favorável a investimentos nas áreas de mineração, energia renovável e outros setores.
8. A remoção de restrições cambiais, entre outras medidas.
O resultado das eleições primárias argentinas sinaliza uma possível mudança significativa na direção econômica do país, com propostas que buscam uma abordagem radical para enfrentar os desafios econômicos e sociais. Isso ocorre em contraste com as políticas adotadas pela maioria dos países da América do Sul, como o Brasil, que desde 2023 tem experimentado aumento de impostos, ampliação do Estado e demonstrado intenção de influenciar decisões no Banco Central.