O presidente da Argentina, Javier Milei, dissolveu nesta segunda-feira a Agência Federal de Inteligência (AFI), criada pelo kirchnerismo, substituindo-a pela antiga Secretaria de Inteligência do Estado (SIDE). Essa nova estrutura, que remonta aos serviços secretos fundados em 1946, será composta por quatro escritórios que responderão diretamente ao presidente. De acordo com a Casa Rosada, a AFI foi usada para espionagem interna, tráfico de influências e perseguição política e ideológica.
A reestruturação faz parte da “guerra cultural” que Milei declarou desde que assumiu a presidência em dezembro. A SIDE havia sido desmantelada em 2015 após a morte do fiscal Alberto Nisman, que investigava o atentado terrorista contra a sede da AMIA em 1994. A então presidente Cristina Kirchner, alegando interferência dos serviços secretos, reestruturou a inteligência nacional para reduzir seu poder. Milei, por sua vez, acredita que a agência foi totalmente desvirtuada ao longo dos anos.
A nova SIDE será composta por quatro agências: Serviço de Inteligência Argentino (SIA), Agência de Segurança Nacional (ASN), Agência Federal de Cibersegurança (AFC) e a Divisão de Assuntos Internos, responsável pelo controle das outras três. A administração de Milei pretende fortalecer os serviços de inteligência e ampliar sua projeção internacional, inspirando-se na CIA e no FBI dos Estados Unidos. “A divisão em quatro áreas permite eficiência por especificação, sempre e quando haja uma boa integração”, afirmou um funcionário ao LA NACION.