O governo da Argentina iniciou uma série de demissões no Ministério das Relações Exteriores após o apoio do país à resolução da ONU que pede o fim do embargo dos Estados Unidos contra Cuba. Gerardo Werthein, novo ministro da pasta, empossado nesta segunda-feira (4) pelo presidente Javier Milei, solicitou o desligamento de todos os secretários e subsecretários nomeados pela ex-ministra Diana Mondino, incluindo o vice-ministro Eduardo Bustamante. A decisão reflete o descontentamento de Milei com a votação argentina a favor do regime comunista cubano, o que ele vê como uma afronta às diretrizes de sua administração.
Em um tom enérgico, Milei afirmou que aqueles envolvidos na decisão são “traidores do país” e declarou sua intenção de remover qualquer funcionário que tenha apoiado o regime cubano na votação da ONU. A substituição dos quadros do ministério faz parte de uma reestruturação mais ampla, que inclui até o estudo do fechamento de embaixadas em países de menor relevância diplomática para a Argentina. Segundo o jornal Clarín, Werthein busca “apaziguar” o ambiente interno e aliar a chancelaria à visão externa pró-Estados Unidos do presidente Milei.
A nova gestão do Ministério das Relações Exteriores pretende alinhar-se a uma política que distancie o país de ditaduras de esquerda na América Latina, incluindo Cuba e Venezuela. Em uma recente entrevista, Milei reafirmou que a política externa “é definida pelo presidente” e não deve ser arbitrada por qualquer membro da chancelaria. Na ocasião, o presidente argentino, conhecido pelo estilo irreverente, aproveitou para cantar músicas de Elvis Presley, demonstrando seu apoio aos Estados Unidos e desprezo pelos funcionários que, segundo ele, “não respeitaram a posição do governo”.