Na madrugada de quinta-feira (25), o ditador Nicolás Maduro anunciou a libertação de 99 presos políticos detidos após as manifestações contra o resultado das eleições presidenciais de 2024 na Venezuela. A medida foi apresentada pelo regime chavista como um gesto em favor da “paz, diálogo e justiça”. A decisão chama atenção por ocorrer em meio ao aumento da pressão internacional contra o regime venezuelano e contrasta com a postura do governo Lula, que rejeitou qualquer possibilidade de anistia a manifestantes de direita detidos após os atos de 8 de janeiro de 2023.
Segundo informações divulgadas por organizações civis, entre os libertados estão 65 homens do presídio de Tocorón, três mulheres do Centro Penitenciário La Crisálida e três adolescentes em La Guaira. O Comitê de Madres en Defensa de la Verdad (Mães em Defesa da Verdade) havia contabilizado inicialmente 71 solturas, mas o número oficial foi ampliado horas depois. A ONG Comité por la Libertad de los Presos Políticos (Comitê pela Liberdade dos Presos Políticos) confirmou a medida e divulgou os nomes de nove dos beneficiados, ressaltando que nenhum deles é figura de destaque da oposição. Apesar da iniciativa, entidades como Justicia Encuentro y Perdón (Justiça, Encontro e Perdão) afirmam que mais de mil pessoas seguem presas por motivos políticos.
As manifestações que levaram às prisões ocorreram em agosto de 2024, após Maduro se declarar vencedor das eleições, resultado contestado pela oposição e por organismos internacionais, que reconheceram Edmundo González como eleito. A decisão de Maduro, embora parcial, evidencia uma abertura política distinta da verificada no Brasil, onde Lula insiste em denunciar uma suposta tentativa de golpe de Estado e descarta qualquer medida de clemência em relação aos manifestantes que questionaram a legitimidade do processo eleitoral brasileiro.










