Lula da Silva (PT) recebeu nesta quinta-feira (10), no Palácio da Alvorada, o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), para gravar vídeos de campanha eleitoral. O uso de prédios públicos para atividades eleitorais chama atenção, pois foi permitido a Lula, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrentou restrições semelhantes durante seu mandato. Em 2024, Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluir que ele utilizou prédios públicos para atos de campanha.
A disputa pela Prefeitura de São Paulo no segundo turno é considerada uma prévia de um possível embate entre Lula e o candidato apoiado por Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026. Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e apoiado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Bolsonaro, enfrenta Guilherme Boulos, que tem o apoio direto de Lula. O cenário político se polariza ainda mais, com Nunes liderando as pesquisas e Boulos apostando no respaldo de Lula para diminuir a diferença.
A legislação eleitoral permite o uso de residências oficiais para reuniões e gravações de campanha, desde que não envolvam eventos públicos. No entanto, a gravação de vídeos eleitorais e a realização de lives para serem veiculados posteriormente são atividades muito semelhantes, diferenciando-se apenas no momento da exibição. Apesar disso, a aplicação dessa norma foi mais rigorosa durante o governo Bolsonaro, que foi julgado e condenado pelo TSE por realizar lives de campanha em prédios públicos.