Lula (PT) recuou e concordou em estabelecer uma parceria financeira com o governo de São Paulo, liderado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), para a construção do túnel submerso Santos-Guarujá. A mudança de postura foi anunciada após a reunião desta terça-feira (30), que contou com a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Silvio Costa Filho (Portos). A decisão original de realizar a obra por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), sem envolvimento financeiro do governo paulista, gerou críticas de Tarcísio e parlamentares paulistas, que alegaram prejuízos ao andamento da obra.
No contexto dessa reviravolta, Tarcísio de Freitas, atualmente filiado ao Republicanos, considerou abandonar o partido, segundo informações da coluna de Lauro Jardim no Jornal O Globo. A insatisfação do governador de São Paulo é evidente diante da exclusão do estado no financiamento do túnel, especialmente com a participação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), que colocou o projeto sob controle exclusivo do Governo Federal. Em uma conversa com o presidente do partido, Marcos Pereira, Tarcísio expressou sua consideração como inaceitável, ameaçando deixar a legenda caso a situação não fosse revertida. Esse possível desligamento destaca as tensões internas no Republicanos, que, após integrar o bolsonarismo, agora faz parte do governo de Lula.
A decisão de Lula também gerou descontentamento entre os deputados da bancada paulista na Câmara. Aliados de Tarcísio criticaram a exclusão do financiamento estadual, alertando para possíveis impactos negativos no desenvolvimento do projeto. A Autoridade Portuária de Santos planeja realizar um leilão em novembro de 2024 para buscar um parceiro privado, estimando um investimento total de R$ 6 bilhões para a construção do túnel..