O governo Lula (PT) firmou acordos com a China visando substituir a Starlink, empresa de Elon Musk, no fornecimento de internet via satélite no Brasil. Durante a visita do presidente Xi Jinping a Brasília, foram assinados 37 acordos de cooperação, incluindo o desenvolvimento de tecnologias para atender áreas rurais e remotas. O plano busca reduzir a dependência de serviços estrangeiros e se alinha à estratégia de maior integração com o Partido Comunista Chinês, que controla empresas como a SpaceSail e a Administração Nacional de Dados da China.
A iniciativa ocorre em meio a tensões entre o governo petista e Elon Musk, cuja empresa atualmente domina o mercado de internet satelital no país. A primeira-dama, Janja da Silva, já xingou publicamente o empresário, e o governo vê na parceria com a China uma alternativa estratégica. Recentemente, o Comando Militar da Amazônia abriu uma licitação onde apenas a Starlink poderia se enquadrar, o que gerou preocupação pela influencia que o empresário libertário poderia ter nas telecomunicações do Brasil.
Além da internet, os acordos com a China abrangem temas como agricultura, energia, finanças e infraestrutura, fortalecendo o comércio bilateral, que já movimenta mais de US$ 136 bilhões anuais. Apesar do avanço, analistas alertam sobre os riscos de uma possível dependência econômica e tecnológica da China, país que tem um histórico de controle sobre informações e restrições à liberdade de expressão.