Lula da Silva (PT) determinou ao Itamaraty que utilize os canais diplomáticos para defender o ministro Alexandre de Moraes, do STF, diante da possibilidade de sanções por parte do governo norte-americano. A ordem veio após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmar que há “grande possibilidade” de Moraes ser alvo da chamada Lei Magnitsky Global, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes. A iniciativa marca um envolvimento direto do Executivo brasileiro na proteção de um magistrado frente a um processo externo.
Fontes do Governo Federal ouvidas pelo Metrópoles relataram que ministros aliados comunicaram Moraes pessoalmente sobre o apoio de Lula, indicando que o ministro do Supremo recebeu a notícia com aparente tranquilidade. “Moraes é vitalício. Trump não”, teria dito um assessor próximo à Presidência, minimizando os efeitos da pressão internacional. A posição do STF, por ora, é de silêncio público, embora alguns membros da Corte tenham reagido com indignação à fala de Rubio.
No Itamaraty, diplomatas afirmam que a resposta brasileira será conduzida exclusivamente pelos trâmites formais e não por meio de declarações à imprensa. Ainda não há nota oficial prevista, já que o governo dos EUA não formalizou nenhuma sanção. A Lei Magnitsky Global, que embasa a ameaça, permite o congelamento de bens e restrições de entrada nos EUA para pessoas acusadas de graves violações de direitos humanos, incluindo censura e perseguição política — acusações que vêm sendo levantadas por parlamentares republicanos contra Moraes.