O governo Lula (PT) oficializou a indicação do ex-prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos, o Waguinho, para comandar a estatal PortosRio, responsável pelos portos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói, Forno e Angra dos Reis. A nomeação provocou reação negativa nos bastidores de Brasília, especialmente por conta das investigações em curso contra o político. Waguinho é alvo da Polícia Federal por suspeita de fraudes em contratos para compra de livros didáticos e também investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por desvios milionários em recursos previdenciários.
As denúncias envolvem cerca de R$ 15 milhões que teriam sido desviados do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Belford Roxo (Previde), beneficiando irregularmente 539 pessoas. A Polícia Civil afirmou que “as medidas cautelares visam a recuperação do patrimônio público e a responsabilização de todos os envolvidos”. Ex-diretoras do Previde, nomeadas por Waguinho, são apontadas como autoras das movimentações financeiras fraudulentas, conforme revelado na Operação Errata, que incluiu buscas na residência do ex-prefeito.
Waguinho, que é casado com a deputada federal Daniela do Waguinho (União-RJ), ex-ministra do Turismo no governo Lula, negou irregularidades e declarou que “todos os atos” de sua gestão foram técnicos e legais. Sobre a presença de suspeitos em eventos de campanha, afirmou que “não se pode exigir certidões de antecedentes criminais de todos que participam de eventos públicos”. Apesar disso, lideranças políticas do Rio e até aliados do Planalto têm manifestado reservas quanto à indicação do ex-prefeito para uma função estratégica no setor portuário.
