O governo Lula (PT) enviará a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira para representar o Brasil na posse de Nicolás Maduro, marcada para 10 de janeiro, segundo apuração do jornal Poder360. A presença brasileira ocorre em meio a evidências de fraude eleitoral na Venezuela. As zerésimas apontam que Edmundo González foi o verdadeiro vencedor das eleições de julho de 2024, mas Maduro insiste que o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral, controlado por ele, deve ser aceito.
A oposição venezuelana e parte da comunidade internacional, incluindo Estados Unidos e União Europeia, contestam a legitimidade do pleito. Relatórios de organizações como o Centro Carter e a Human Rights Watch destacaram graves irregularidades, como o controle do processo eleitoral pelo governo chavista e a exclusão de lideranças opositoras. Apesar disso, Lula afirmou, em agosto de 2024, que Maduro ainda deve uma “explicação para a sociedade brasileira e para o mundo”, mas não adotou medidas para cobrar essa postura.
A proximidade de Lula com Maduro alimenta tensões diplomáticas. O veto brasileiro à entrada da Venezuela no BRICS foi recebido com acusações de “agressão” por Caracas, que também criticou o governo petista por preservar traços da política externa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, uma carta recente de grupos alinhados à esquerda brasileira pedindo o reconhecimento de Maduro como presidente reforça as pressões sobre o Planalto, evidenciando divisões internas no governo sobre como lidar com a crise venezuelana.