Em entrevista ao canal SBT News, exibida na segunda-feira (15), Lula afirmou que quase todos os ministros do STF foram indicados por ele, mas eles são independentes. A declaração foi dada após operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão contra Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, funcionária da Câmara e ex-assessora de Arthur Lira (PP-AL). A medida foi autorizada pelo ministro do Supremo Flávio Dino, indicado pelo petista, que Lula defendeu como o único com autoridade para se manifestar sobre o caso.
Durante a conversa, o líder da esquerda reforçou que não interfere nas decisões da Corte e destacou que a autonomia é fundamental para o funcionamento das instituições. Lula argumentou que, se tivesse influência sobre o STF, não teria permanecido preso por 580 dias. No entanto, não mencionou que sua condenação foi confirmada em todas as instâncias e que sua soltura ocorreu por decisão do Supremo, que anulou o processo sem negar a existência de provas de corrupção. Segundo ele, cabe exclusivamente ao ministro responsável deliberar sobre investigações e medidas judiciais, como autorizações de busca e apreensão. “É um problema que só cabe ao ministro, o presidente da República não tem nem como dar opinião sobre isso”, declarou, ao tentar afastar suspeitas de ingerência do Executivo.
O petista também relembrou episódios em que foi alvo de operações e criticou a condução das ações. “As pessoas se esquecem que foram fazer busca e apreensão na minha casa. A pessoa se esquece”, disse. Lula acrescentou que, quando nada é encontrado, deveria haver esclarecimento público para evitar desgaste institucional. Ao final, defendeu o respeito mútuo entre os Poderes e afirmou esperar da Câmara, do Senado e do STF o mesmo tratamento que, segundo ele, oferece a essas instituições.











