Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira que a inflação no Brasil está “razoavelmente controlada”, apesar da disparada dos preços e do ‘pedido de socorro’ do Banco Central para conter a inflação. Durante entrevista a rádios de Minas Gerais, o petista admitiu que “a carne está muito alta” e disse estar em diálogo com setores da economia para tentar conter os reajustes. No entanto, a avaliação do Banco Central contrasta com a fala do líder da esquerda, ao destacar que os preços dos alimentos “se elevaram de forma significativa”, apontando fatores como estiagem e o aumento no custo das carnes.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira, reforçou a preocupação com a inflação, indicando que a alta nos preços deve persistir nos próximos meses. O documento também alertou para a necessidade de equilíbrio entre políticas fiscal e monetária, citando que o aumento de crédito direcionado e a falta de disciplina fiscal podem pressionar ainda mais a taxa de juros. “A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, destacou o Copom.
Além da alta dos alimentos, Lula mencionou um possível reajuste da Petrobras nos preços do diesel, mas afirmou que os valores ainda estão abaixo do período final do governo de Jair Bolsonaro (PL), que é usado constantemente em seus discursos como antagonista da sua gestão. Enquanto o governo discute formas de minimizar o impacto dos reajustes no transporte e nos produtos básicos, os indicadores apontam um cenário inflacionário persistente. O Banco Central já prevê que a inflação acumulada continuará acima do limite da meta nos próximos seis meses, podendo exigir novas medidas para tentar conter a escalada dos preços.