Durante encontro com líderes portugueses, Lula da Silva (PT) manifestou preocupação com o avanço da direita em Portugal. Em reunião com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro Luís Montenegro, Lula afirmou que a ascensão da ‘extrema direita’ representa um risco para a democracia, tanto no país europeu quanto no cenário global. Ele alertou para a possibilidade de Portugal seguir o caminho de outras nações onde forças conservadoras têm ganhado espaço político.
O partido Chega, liderado por André Ventura, consolidou-se como uma das principais forças da direita em Portugal após obter 18% dos votos nas eleições legislativas de março de 2024. Embora o governo do país seja chefiado pelo primeiro-ministro, a eleição presidencial prevista para 2026 pode fortalecer ainda mais a presença da direita no cenário político português. Montenegro, por sua vez, evitou entrar no debate sobre a direita e focou sua participação na discussão sobre o acordo Mercosul-União Europeia.
Além das questões políticas, Lula e Montenegro defenderam o avanço do tratado comercial entre Mercosul e União Europeia, cuja assinatura ainda enfrenta resistência dentro do bloco europeu. O primeiro-ministro português alertou que o atraso na ratificação do acordo pode abrir espaço para que outros blocos comerciais ampliem sua influência na América do Sul. “Se os europeus não tiverem a capacidade de implementar, depois não podem se queixar de ver outros blocos comerciais invadirem de forma não regulada e não leal o espaço que não tiveram a capacidade de ocupar”, afirmou Montenegro.