Lula voltou a defender gastos com saúde e educação, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apoiar a reestruturação de despesas e falar em “batata quente”, em uma entrevista recente. Com a retórica do século passado, o petista afirmou que a única alternativa para governar um país grande e desigual como o Brasil é dar preferência aos mais pobres, na hora de utilizar recursos públicos.
“Toda vez que a gente está cuidando de fazer política social é tratado como gasto. Não é à toa. Foi uma doutrina de palavras criadas para induzir a gente a determinados erros”, completou.
As falas de Lula ocorrem num momento em que a equipe econômica, a dois meses e meio do fim do ano, busca formas de reestruturar as despesas para impedir que elas inviabilizem o arcabouço fiscal.
“É tão urgente resolver o problema que a reestruturação das despesas deve ocorrer antes mesmo da reforma tributária sobre a renda, até então prevista para ser enviada ao Congresso até o fim do ano”, disse Haddad.
A União prepara medidas de contenção de gastos obrigatórios para apresentar ao Congresso após a realização do segundo turno das eleições, em 27 de outubro.
Ao que parece, Lula se mostra pouco disposto em cooperar com a sua própria equipe em um momento delicado da economia brasileira.