Lula da Silva (PT) reforça sua proximidade com movimentos invasores de propriedade ao programar uma visita ao assentamento Quilombo Campo Grande, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em Campo do Meio (MG), nesta sexta-feira (7). No evento, o petista lançará um programa de créditos e novos assentamentos para 12.000 famílias, atendendo a pressões do MST, que vinha cobrando medidas mais concretas do governo. Em janeiro, o líder do MST, João Paulo Rodrigues, já havia demonstrado insatisfação com o ritmo da reforma agrária e exigido avanços.
Além disso, Lula cogita indicar o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral de Governo, substituindo Márcio Macêdo, atual ocupante do cargo. A mudança ocorre em meio a críticas sobre a condução da pasta, responsável por dialogar com movimentos à margem da lei e que atentam contra a propriedade privada. A escolha de Boulos, ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), reforçaria a presença de figuras associadas a invasões de terras e imóveis urbanos no Governo Federal.
A possível nomeação de Boulos enfrenta resistência dentro do próprio PT, já que retiraria mais um espaço do partido na Esplanada dos Ministérios. Além disso, a função exige habilidade para intermediar negociações com diferentes setores da sociedade, algo que parte dos petistas acredita não ser o ponto forte do parlamentar do PSOL. Seu histórico e seu alinhamento com políticas de ocupação podem dificultar sua aceitação entre parlamentares de centro e direita, que frequentemente o associam a invasões de propriedades privadas.
