O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta terça-feira (23) da abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, mantendo a tradição brasileira de iniciar os discursos desde 1955. Esta é a décima vez que Lula ocupa o púlpito da organização para apresentar a visão do Brasil sobre temas globais.
A presença do presidente ocorre em um momento delicado nas relações com os Estados Unidos. Recentemente, o governo Trump impôs sanções a autoridades brasileiras e revogou vistos de familiares de membros do Supremo Tribunal Federal, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. As medidas geraram tensão entre os dois países e dificultaram até mesmo a composição da comitiva brasileira, que inclui ministros de diversas áreas.
O discurso de Lula deve enfatizar a importância da cooperação internacional, a defesa da soberania dos países e o combate às mudanças climáticas. Há expectativa de que ele também critique ações unilaterais dos EUA, como o aumento de tarifas comerciais e as sanções diplomáticas.
Apesar de estarem no mesmo evento, não há previsão de encontro entre Lula e Donald Trump. A organização da ONU e o protocolo de segurança norte-americano devem impedir qualquer contato direto entre os dois líderes.
Além disso, os Estados Unidos foram deixados de fora de um evento paralelo promovido pelo Brasil sobre democracia e combate ao extremismo, evidenciando o distanciamento entre os governos.