William Bonner se despede nesta sexta-feira (31) da bancada do Jornal Nacional, encerrando uma trajetória de 29 anos à frente do principal telejornal da TV Globo. A saída ocorre em meio a críticas sobre sua postura branda com Lula e incisiva com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bonner será substituído por César Tralli, que assume o comando do JN ao lado de Renata Vasconcellos a partir de segunda-feira (3). O jornalista passará a atuar no Globo Repórter.
Ao longo de sua carreira, Bonner acumulou passagens por diversos programas da emissora, como SPTV, Globo Rural, Fantástico e Jornal da Globo. Em 1996, assumiu o Jornal Nacional, tornando-se âncora e editor-chefe. Em 1999, passou a acumular as duas funções, consolidando sua influência editorial. Durante esse período, foi alvo de críticas por declarações públicas que revelaram afinidade com o PT, como quando afirmou que admirava a gestão de Luiza Erundina e declarou voto no partido de Lula.
A condução das entrevistas eleitorais de 2022 reforçou a percepção de parcialidade entre telespectadores. Bonner foi acusado de interromper Jair Bolsonaro com frequência e adotar tom mais agressivo, enquanto demonstrava tolerância com Lula, inclusive ao afirmar que o petista “não devia nada à Justiça”, ignorando o histórico de condenações anuladas por questões processuais. Após o resultado da eleição que abriu a porta do Planalto a Lula por um terceiro período, o jornalista comentou que o discurso do líder da esquerda transmitia “sensação de retorno à normalidade”, o que foi interpretado como elogio ao novo governo e crítica velada ao anterior.









