A ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) continuará presa na Itália após a audiência sobre sua extradição ao Brasil ser interrompida nesta quarta-feira (13) no Tribunal de Apelações de Roma. Pouco antes do início da sessão, Zambelli apresentou um mal-estar e foi atendida por uma médica no próprio local. O juiz responsável determinou a realização de perícia médica e marcou nova audiência para o dia 27 de agosto, adiando a decisão que poderia autorizar sua soltura provisória.
A defesa alega que a parlamentar enfrenta problemas de saúde e, por isso, deveria responder ao processo em liberdade. Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, “provavelmente, hoje não será o dia para decidir sobre soltura, porque ainda há essa questão médica a ser definida”. Em paralelo, os representantes legais de Zambelli apresentaram outro pedido de liberdade, argumentando que o governo brasileiro não formalizou solicitação de prisão preventiva. A Corte Suprema italiana, no entanto, já reconheceu que pedidos de prisão com alerta vermelho da Interpol equivalem a solicitações de prisão em nível internacional, conforme prevê o Tratado de Extradição entre os dois países.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão sob a acusação de coordenar a invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Dias após a sentença, deixou o Brasil e foi localizada na Itália, onde foi presa no fim de julho por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Desde então, permanece detida enquanto a Justiça italiana avalia o pedido de extradição. Mesmo com suas contas oficiais suspensas por determinação do STF, um novo perfil nas redes sociais, criado em maio, segue ativo e é utilizado para críticas ao Supremo e comentários sobre política nacional.









