Em entrevista ao Canal Livre, da TV Bandeirantes, divulgada neste domingo (7), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) afirmou que o escândalo do mensalão “foi a primeira grande fake news do Brasil”. Dirceu, que foi condenado por seu envolvimento no esquema, argumentou que foi acusado de chefiar o esquema porque era importante para o governo e poderia entrar na linha sucessória do então presidente Lula (PT). “Fui cassado acusado de ser chefe do mensalão. [Roberto] Jefferson foi cassado porque não provou que existia o mensalão. E o STF me absolveu da acusação de formação de quadrilha”, declarou.
Durante a entrevista, Dirceu não negou as acusações de caixa dois em campanhas eleitorais, mas contestou veementemente a existência de pagamentos mensais a parlamentares para garantir a governabilidade no Congresso. Segundo ele, as alegações de mensalão foram uma condenação política com o objetivo de tirá-lo da vida pública. “A história de que existiu o mensalão é falsa. Tanto é que nos autos do STF não há prova nenhuma de que eu era responsável por nada”, afirmou Dirceu, enfatizando que sua prisão foi uma manobra para forçá-lo a fazer delação premiada e incriminar Lula.
Além de refletir sobre seu passado político, Dirceu falou sobre seus planos futuros, mencionando a possibilidade de voltar ao Congresso. Ele expressou o desejo de reorganizar sua vida antes de decidir seu futuro político, afirmando que ainda há uma pendência na Justiça. “Tenho que reorganizar a minha vida. À medida em que vou sendo absolvido. Fui preso quatro vezes, não me deixavam solto, porque queriam que eu fizesse delação”, disse o ex-ministro. Dirceu também ressaltou a necessidade de o governo Lula melhorar a comunicação com a população, sugerindo que o presidente utilize a cadeia de rádio e TV para explicar a atual situação do país.