Pela primeira vez na sua história, o Estado de Israel está enfrentando acusações de genocídio, agora apresentadas pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ). No primeiro dia de audiências, a África do Sul detalhou a denúncia, acusando Israel de “genocídio intencional” em sua resposta aos ataques do Hamas em outubro passado. A ação solicita medidas cautelares urgentes para interromper a intervenção militar israelense na Faixa de Gaza.
O conflito judicial entre a África do Sul e Israel, duas nações com histórias marcadas pelo Apartheid e pelo Holocausto, respectivamente, apresenta uma situação única na CIJ. Os advogados sul-africanos argumentaram durante três horas, apresentando provas, vídeos e declarações para respaldar a afirmação de que Israel está cometendo genocídio em Gaza.
O conflito em Gaza resultou em mais de 23.000 mortes, com 70% das vítimas sendo mulheres e crianças. A população enfrenta condições desesperadoras, com 85% deslocada e um relatório da OMS alertando para a escassez de alimentos, água e medicamentos. Recentemente, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu mais ajuda humanitária para Gaza. Além disso, pediu para Israel cessar os ataques contra os terroristas: “Israel deve ser um interlocutor dos líderes palestinos que desejam liderar seu povo […] e Israel deve parar de minar a capacidade dos palestinos de se governarem eficazmente”.
A equipe jurídica sul-africana destacou a suposta intencionalidade por trás dos atos israelenses, citando declarações de líderes que defendem a eliminação de Gaza do mapa e vídeos de soldados dançando sobre as ruínas da região. Embora a sentença final possa levar anos, a África do Sul busca medidas cautelares urgentes para conter a operação militar israelense em Gaza.
Em uma resposta antecipada da defesa de Israel, o primeiro-ministro Netanyahu afirmou que Israel está lutando contra o Hamas, não contra a população palestina, e que a ação segue o Direito Internacional. A CIJ não tem a capacidade de fazer cumprir suas resoluções, mas uma possível solicitação para interromper a invasão teria implicações simbólicas significativas.