A base governista articulou um acordo para evitar a convocação de Frei Chico, irmão de Lula (PT), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS. Vice-presidente do Sindinapi, entidade alvo da operação Sem Desconto da Polícia Federal, Frei Chico foi poupado após entendimento entre o relator Alfredo Gaspar (União-AL), o presidente Carlos Viana (Podemos-MG) e representantes do Governo Federal. A decisão foi justificada pela ausência de provas diretas contra o sindicalista, apesar da ligação com uma das associações investigadas.
O plano de trabalho aprovado pela CPMI prevê investigações a partir de 2015, abrangendo os governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT). A comissão decidiu convocar dez ex-presidentes do INSS e figuras centrais como o empresário Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como responsável por desvios que podem ultrapassar R$ 6 bilhões. Ministros e ex-ministros da Previdência serão apenas convidados, com possibilidade de convocação em caso de ausência.
Entre os nomes incluídos estão Carlos Lupi (PDT), Onyx Lorenzoni (PL), Carlos Eduardo Gabas (PT) e José Carlos Oliveira (sem partido), além de representantes da CGU, DPU e Polícia Federal. A CPMI também requisitou informações a órgãos como TCU e Dataprev, e aprovou a participação de servidores técnicos para auxiliar nas apurações. O colegiado terá 180 dias para concluir os trabalhos, que visam esclarecer os prejuízos causados por descontos indevidos em aposentadorias e pensões.