O IBGE divulgou nesta quinta-feira (25) que o IPCA-15 — prévia da inflação oficial — subiu 0,48% em setembro. No acumulado do ano, o índice já registra alta de 5,32%, superando a meta de 4,5%. O resultado representa uma reversão significativa em relação a agosto, quando houve queda de 0,14%.
O avanço de 0,48% sinaliza uma retomada da pressão inflacionária, após a queda registrada em agosto. O principal vilão do mês foi o grupo Habitação, com aumento de 3,31%. Mas o destaque vai para o aumento expressivo da energia elétrica residencial, que disparou e subiu mais de 12% com o fim do bônus de Itaipu, contribuindo com 0,47 ponto percentual para o índice. Esse impacto isolado foi suficiente para comprometer boa parte do índice mensal.
Embora alguns grupos tenham mostrado alívio — como Alimentação e Transportes —, a inflação acumulada em 12 meses ainda está em 5,32%, acima da meta oficial de 4,5%. A queda nos preços de alimentos básicos como tomate, cebola e arroz trouxe algum respiro, mas não compensou os aumentos em serviços essenciais e vestuário.
A composição do índice revela um cenário misto: enquanto o consumidor sente alívio no supermercado e no posto de gasolina, os custos fixos da casa continuam pesando no bolso. A desaceleração da alimentação fora do lar também indica que o consumidor está mais cauteloso.
Em resumo, o IPCA-15 de setembro mostra que a inflação segue resistente, com oscilações setoriais que dificultam uma leitura otimista. O desafio para os próximos meses será conter os reajustes em serviços essenciais sem comprometer o poder de compra das famílias.