O Brasil enfrenta um cenário crítico de incêndios florestais, com a perda de uma área equivalente ao estado da Paraíba apenas em agosto de 2024, segundo dados do MapBiomas. O aumento de 149% em relação ao mesmo período de 2023 representa 3,3 milhões de hectares queimados, sendo que 25% dessas áreas estão em pastagens usadas para pecuária. São Paulo, um dos estados mais afetados, concentrou 86% das queimadas de 2024 em agosto, atingindo especialmente áreas de agropecuária, com destaque para o cultivo de cana-de-açúcar.
O Ministério da Justiça anunciou o envio de 150 bombeiros militares da Força Nacional para combater os incêndios na Amazônia Legal, além de 70 agentes da Polícia Rodoviária Federal. A decisão foi tomada após o ministro do STF, Flávio Dino, dar um prazo de cinco dias para o governo federal aumentar o combate às queimadas. Apesar da gravidade da situação, o número de bombeiros mobilizados é considerado insuficiente para enfrentar a dimensão dos incêndios, que já atingiram biomas como o Cerrado, Pantanal e Amazônia.
Entre as medidas adotadas pelo governo, estão o repasse de R$ 38,6 milhões para reforçar as operações de proteção dos biomas e combate aos incêndios. No entanto, especialistas questionam se o contingente de bombeiros será suficiente, dado que os focos de incêndio se espalham rapidamente. A coordenadora técnica do estudo do MapBiomas, Vera Arruda, destacou que o Cerrado, bioma extremamente vulnerável na estiagem, sofreu as maiores queimadas dos últimos seis anos, impactando diretamente a qualidade do ar nas cidades.