O grupo terrorista Hamas concordou preliminarmente com um acordo que prevê a libertação de 10 reféns vivos mantidos na Faixa de Gaza em troca de 150 prisioneiros palestinos detidos por Israel. A proposta, mediada por autoridades do Egito e do Catar, inclui a entrega simultânea de alguns reféns vivos e todos os mortos, além da retirada das tropas israelenses de Gaza. A medida representa uma mudança estratégica nas negociações, que até então estavam travadas por exigências de ambas as partes. O acordo ainda está em fase de finalização, mas já conta com o apoio de monarquias árabes preocupadas com a estabilidade regional.
O plano também propõe a substituição do controle do Hamas sobre Gaza por um comitê palestino-árabe encarregado da reconstrução e da administração local. Esse comitê atuaria até que uma nova Autoridade Palestina fosse estabelecida, com uma força policial treinada por aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio. A proposta inclui ainda o congelamento do arsenal do Hamas, permitindo que o grupo mantenha suas armas sem utilizá-las, além da renúncia ao poder político na região. A desmilitarização parcial e a reorganização administrativa são pontos centrais para viabilizar o cessar-fogo.
Israel, por sua vez, mantém a posição de não libertar membros da força Nukhba, responsável pelos ataques de 7 de outubro, mesmo que alguns dos prisioneiros incluídos no acordo estejam cumprindo penas de prisão perpétua. A delegação israelense permanece em Doha para concluir os termos do acordo, que pode incluir a manutenção de ativos territoriais como o Corredor de Filadélfia. Estima-se que 50 israelenses ainda estejam em cativeiro, sendo 20 deles presumivelmente vivos. O governo israelense avalia que, mesmo com a ocupação de Gaza, a derrota do Hamas e o retorno dos reféns não estão garantidos.