O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), gerou indignação ao afirmar que as redes sociais precisam de regulação, na mesma semana em que internautas desencadearam uma enxurrada de memes criticando a alta tributação implementada por ele e Lula (PT). Durante um evento promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Haddad sinalizou que a internet é um território sem lei, destacando a suposta disseminação de desinformação, mas sem abordar o excesso de impostos praticados pelo governo. Sua fala reacendeu o debate sobre a regulamentação das mídias digitais, uma proposta defendida por setores da esquerda brasileira e ditaduras como as da China, Irã, Venezuela e Cuba.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, apoiou a posição do ministro, afirmando que os memes são “material de desinformação”. Segundo Hoffmann, a produção desses conteúdos seria uma tática da extrema-direita para desmoralizar figuras públicas e contaminar a população, sem, contudo, negar a existência de uma taxação excessiva. A tese de que os memes foram impulsionados por financiadores direitistas foi contestada por outros setores da esquerda, com a Folha de S.Paulo mostrando que a viralização ocorreu de forma espontânea.
O debate ganhou força com a reação de figuras da mídia e da política. Enquanto Valdo Cruz, da GloboNews, sugeriu a necessidade de regulamentação, seu colega Merval Pereira discordou, defendendo a suposta liberdade de expressão e o controle da ‘verdade’ pelo Estado. Enquanto isso, o partido Novo que defende as liberdades econômicas e sociais, destacou que a proliferação de memes representa a insatisfação dos brasileiros com o peso dos impostos, revelando um amadurecimento político na sociedade.