O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), manifestou discordância em relação ao modelo de autonomia do Banco Central (BC), argumentando que este extrapolou as recomendações internacionais. Durante uma entrevista ao programa Roda Viva, Haddad sugeriu que estender o mandato presidencial em dois anos pode ter sido excessivo, embora tenha descartado, temporariamente, revisões no modelo.
Em contrapartida, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, nomeado por Bolsonaro, acusando-o de favorecer especuladores ao manter a taxa básica de juros (Selic) em 11,75%. Hoffmann argumentou que essa prática prejudica o desenvolvimento econômico e social do Brasil, desviando recursos públicos para o pagamento de juros em vez de investimentos.
Diante dessas críticas, especialistas atribuem a atual estabilidade econômica às decisões de Campos Neto, destacando a importância da independência do Banco Central. Essa autonomia é vital para assegurar que as escolhas relacionadas à política monetária sejam pautadas por critérios técnicos e econômicos, sem interferências políticas. Em oposição à visão expressa por Gleisi, ressalta-se que a Selic, taxa básica de juros, é uma ferramenta crucial na gestão econômica, influenciando o custo do crédito, a inflação e o investimento, devendo atender a necessidades técnicas e não políticas.